O QUE É?
A foliculite decalvante é uma doença inflamatória crônica do couro cabeludo.
A foliculite decalvante pode afetar também a barba, pelos das axilas, região pubiana e pernas. A inflamação prolongada geralmente leva a cicatrizes. A foliculite decalvante é a inflamação da raiz do cabelo associada a perda de cabelo.
Costuma ocorrer em adolescentes e adultos jovens, principalmente em pacientes negros do sexo masculino. Se manifesta como pápulas foliculares avermelhadas (bolinhas vermelhas) que evoluem para pústulas que são como espinhas com pus. A infecção se apresenta no formato de pequenas espinhas, de pontas brancas, em torno de um ou mais folículos pilosos.
A foliculite decalvante não é contagiosa e não é um tipo de câncer de pele.
As causas mais comuns de dano folicular são: fricção do barbear ou roupas apertadas; calor e suor; certas condições da pele, como dermatites e acne; lesões na pele por arranhões ou feridas cirúrgicas; curativos de plástico ou fita adesiva em contato com áreas de pelo.
Pode ocorrer uma sobreposição de foliculite decalvante e foliculite queloidiana da nuca. As duas doenças fazem parte das foliculites supurativas crônicas do couro cabeludo.
A foliculite decalvante pode se apresentar de forma superficial ou profunda.
Na forma superficial, a doença afeta apenas a parte superior do folículo piloso. Os sintomas são: surgimento de pequenas espinhas vermelhas, com ou sem pus. A pele pode ficar avermelhada e inflamada. Pode haver também coceira e sensibilidade na região. São raros os casos deste tipo de foliculite que causam complicações.
Quando a inflamação atinge áreas mais profundas da pele, pode haver a formação de coleções purulentas e flutuantes. Os sintomas são: grandes áreas avermelhadas; lesões elevadas com pus amarelado no meio. As regiões atingidas ficam muito sensíveis e doloridas. As chances de cicatrizes são maiores nesses casos, e pode haver destruição do folículo piloso.
Qualquer pessoa pode desenvolver foliculite. Mas certos fatores tornam a pessoa mais suscetível à condição, incluindo: doenças que diminuem a imunidade; presença de outras doenças crônicas da pele; uso de medicamentos como cremes de corticoide ou terapia antibiótica em longo prazo e estar com sobrepeso ou obesidade.
O diagnóstico envolve a história clínica, exame físico do couro cabeludo, tricoscopia e, quando necessário, biópsia. Para guiar o tratamento antibiótico, quando houver coleção de pus é válida a coleta de material e envio para cultura.
O tratamento da foliculite decalvante representa grande desafio, com inúmeras recidivas e manutenção da atividade da doença por longo período. Muitas opções terapêuticas têm sido recomendadas: antibióticos sistêmicos e tópicos, corticosteroides tópicos, sistêmicos e intralesionais. Medicações orais como isotretinoína e dapsona também são boas opções. Há relatos na literatura de boas resposta também com depilação com o laser neodímio:YAG (Nd:YAG).