A rosácea é uma doença crônica da pele que se caracteriza por surgimento de áreas vermelhas no rosto. Às vezes essas áreas inflamam, formando pústula, parecendo acne, porém não há presença de comedões.
A causa da rosácea é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais diversos. A formação das lesões envolve mecanismos vasoativos e neurocutâneos, além de atuação de células da imunidade inata e adaptativa.
É mais comum em mulheres, porém em homens costuma evoluir com as formas fimatosas, que se caracterizam pelo engrossamento da pele que pode ocorrer no nariz (rinofima), no queixo (gnatofima), na orelha (otofima), na testa (metofima), nas pálpebras (blefarofima).
A doença costuma ter início na terceira ou quarta década, com pico de incidência entre os 40 e 50 anos.
A pele do paciente com rosácea é muito sensível e tem aspecto ressecado (descamativa e áspera).
Pode ocorrer ainda a rosácea granulomatosa, com bolinhas acastanhadas, amareladas ou vermelhas e a rosácea do couro cabeludo.
A rosácea pode estar associada a doenças sistêmicas internas, dentre elas a Síndrome Metabólica (aumento da circunferência abdominal, associada a alteração do colesterol-HDL, níveis tensionais elevados, glicemia alterada e triglicerídeos aumentados), Refluxo Gastro Esofágico, doenças cardiovasculares, Esclerose Múltipla, Artrite Reumatóide, Glioma.
O diagnóstico da rosácea é clínico e se baseia na história do paciente associado ao exame físico. Em caso de dúvida pode ser necessário realização de biópsia, porém seriam casos excepcionais.
Os pacientes devem evitar “gatilhos” que estimulem a atividade da doença, são eles: cafeína, sol, bebidas alcóolicas, condimentos, comidas quentes e ambientes quentes.
Os pacientes devem evitar também o uso de produtos que provoquem ardência ou piorem a vermelhidão da pele.
Normalmente é prescrito espuma ou gel de limpeza sem sabão que preserve o pH da pele (entre 5,0 e 5,5). Para peles oleosas podemos utilizar algum produto de limpeza que contenha piritionato de zinco e cosméticos escolhidos de acordo com as necessidades do paciente. Deve-se dar preferência a protetores solares do tipo físico.
Para a rosácea telangiectásica pode ser usado o betabloqueadores orais, como o carvedilol, e procedimentos como luz intensa pulsada, Pulsed Dye laser ou Laser 532nm (KTP).
Para a rosácea papulopustulosa pode ser usado antibiótico por curto período em baixa dose, associado a ivermectina ou metronidazol tópico. Pode ser optado também pela isotretinoína em baixa dose.
A rosácea fimatosa pode ser tratada com ácido tricloroacética em altas concentrações, cirurgicamente ou com laser.
Infelizmente a rosácea não tem cura mas tem diversas opções de tratamento que são escolhidos de acordo com o quadro clínico específico de cada paciente. Daí a importância da avaliação e acompanhamento de um dermatologista.