A herpes simples é uma infecção viral comum, para a qual cerca de 80% a 100% da população adulta já adquiriu imunidade na infância e na adolescência, tendo infecção subclínica (assintomática) ou um único episódio, obtendo resistência ao vírus para toda a vida. Porém, casos sintomáticos recidivantes ocorrem em 1 a 9% da população.
O ser humano é o único reservatório natural do vírus herpes simples, que é transmitido por contato pessoal íntimo, sendo a infecção causada por inoculação em uma superfície mucosa e por restos celulares infectados.
Normalmente o herpes simples tipo 1 (HSV-1) é transmitido pela saliva já na infância e o herpes simples tipo 2 (HSV-2) sexualmente ou pelo canal de parto. Apresenta maior gravidade quando as infecções são perinatais, transmitidas no canal de parto para o recém-nascido através do parto normal, e pode causar encefalite em pessoas imunossuprimidas.
Geralmente, determina infecção nos lábios e dentro da boca (especialmente na infância, a estomatite herpética ou primoinfecção pelo vírus herpes), enquanto o herpes vírus 2, em geral, determina lesões nos genitais e pode ser adquirido por via sexual, porém não exclusivamente dessa forma. A infecção pelo herpes vírus 1 e/ou 2 pode ser recorrente, surgindo durante episódios febris por doenças de causas variadas, em mulheres no período perimenstrual, após exposição solar inadequada e sem proteção ou episódios de estresse mental.
Vale ressaltar que enquanto as vesículas estiverem presentes com seu conteúdo líquido, elas são infectantes. Um simples contato das mãos com as vesículas pode transferir o vírus do herpes para outras áreas do corpo, inclusive os olhos e também para parceiros em contato pele com pele ou mucosa.
Quando as vesículas rompem, surgem pequenas ulcerações (feridas rasas) cobertas de crostas e, depois, há cicatrização da pele ou mucosa, sendo que nessa fase a doença não é mais contagiosa. Em geral, as infecções herpéticas em indivíduos com imunidade normal duram entre sete a 14 dias, porém sempre um médico deve ser consultado para se certificar do diagnóstico, bem como indicar o melhor tratamento para aquela forma de apresentação da doença.
O tratamento é individualizado e só o médico poderá indicar qual o melhor para cada caso. Procurar o médico imediatamente quando surgirem os primeiros sintomas é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados.
Cuidados com higiene e atenção aos hábitos diários pode ajudar na prevenção. Exemplos: só manter relação sexual com preservativo, não beijar a boca de alguém com lesões, não utilizar objetos íntimos de outras pessoas e não tocar na pele de pacientes com a doença em sua fase ativa.