A alopecia por tração é a perda de cabelo causada pela tração dos fios. Ela ocorre por tensão prolongada ou repetitiva sobre os folículos pilosos. A tração acaba provocando inflamação leve, descamação, eritema perifolicular e pústulas. A agressão contínua ao folículo piloso pode desencadear uma alopecia cicatricial, na qual não nasce mais cabelo onde ocorre a falha. Atualmente sabe-se que cabelos quimicamente processados têm menor resistência a tração do que os naturais. Acredita-se que alterações na papila dérmica e conversão para a fase telógena devido ao trauma possam se mecanismos patogênicos importantes.
Um dos maiores sintomas do problema é a formação de algumas falhas no couro cabeludo, principalmente na região das têmporas, nas áreas da franja, nuca e também atrás das orelhas.
Durante a evolução, a manutenção do trauma faz com que o folículo passe a produzir progressivamente pelos menores e mais finos, além de redução da densidade de pelos no local.
O diagnóstico da alopecia por tração é sugerido pela história clínica e exame físico.
A dermatoscopia pode ajudar no diagnóstico e segmento. Haircasts (cilindros de queratina envolvendo a porção proximal do fio) e o eritema perifolicular, que acontece em decorrência ao dano da tração, são sinais de tração aguda e tendem a desaparecer quando o hábito de tração é abandonado.
A biópsia é reservada para casos de difícil diagnóstico. Nos casos recentes, há aumento do número de pelos telógenos e catágenos. Com a evolução, comumente há redução e perda dos pelos terminais, com preservação dos pelos vellus e glândulas sebáceas.
O tratamento da alopecia por tração se baseia em orientar o paciente a descontinuar as práticas que produzam tração no cabelo, evitar o uso de químicas e calor. No estágio inicial, as perdas podem ser revertidas com essa mudança de comportamento. A infiltração de corticóide na periferia das placas e o uso de minoxidil a 5% tem demonstrado bons resultados.