A alopecia fibrosante frontal é uma doença que acomete o couro cabeludo, principalmente em mulheres que já passaram pela menopausa. Por esse motivo, muitas atribuem os sintomas à idade, o que acaba por retardar o diagnóstico. As características mais marcantes da doença são a perda progressiva dos cabelos na linha de implantação – o que dá a impressão de aumento da testa – e rarefação dos pelos das sobrancelhas. Alguns pacientes podem se queixar de coceira, ardor e queimação nesses locais. Os pelos do corpo também podem cair. Além disso, existem outros sinais, como o surgimento de pequenas bolinhas na pele do rosto (conhecidas como pápulas faciais) e manchas (que recebem o nome de líquen plano pigmentoso).
A alopecia frontal fibrosante é uma alopecia cicatricial. Ou seja, uma vez que os cabelos caem, eles são substituídos por uma cicatriz e não se consegue fazê-los crescer novamente. Por isso, é de suma importância o diagnóstico precoce para interrupção da doença: em caso de alterações no crescimento dos cabelos ou na pele, deve-se procurar um médico dermatologista.
A alopecia fibrosante frontal se caracteriza pela recessão progressiva da linha de implantação capilar na região frontal, pré auricular e, menos comumente, na região pós auricular. Pode haver também eritema perifolicular nos pelos remanescentes nas bordas da placa de alopecia.
É frequente e característico o acometimento parcial ou total dos supercílios, podendo preceder ou surgir após o início da recessão frontoparietal. Outra pista diagnóstica são os cabelos terminais remanescentes na antiga linha de implantação dos fios. Esses dois últimos achados diferem da alopecia por tração, que preservam as sobrancelhas e os fios remanescentes são os vellus, que não foram tracionados. Após um período de atividade, a lesão tende a se estabilizar.
O diagnóstico da alopecia fibrosante frontal é clínico e à tricoscopia são visualizadas alterações em comum com o líquen plano pilar. Por esse motivo alguns autores sugerem que a alopecia fibrosante frontal seja uma variante do líquen plano pilar.
O tratamento da alopecia fibrosante frontal deve ser iniciado o mais precocemente possível, por se tratar de uma alopecia cicatricial.
Inicialmente pode ser utilizado corticóide tópico de alta potência.
Alguns casos necessitarão de infiltração de corticóide ou uso de imunossupressores.
Em 2017 foi publicado um trabalho demonstrando resultados satisfatórios no uso de isotretinoína oral para a alopecia fibrosante frontal. Outra droga que pode ser utilizada é a pioglitazona.
Lembrando que tanto o diagnóstico da alopecia fibrosante frontal quanto o tratamento devem ser feitos e acompanhados por um dermatologista.