Melasma

O que é?

 

O melasma é uma doença crônica que não tem cura. Ela faz parte do grupo das discromias. O melasma afeta apenas a pele, isto é, ele não acomete nenhum órgão interno nem está relacionado ao risco de doenças internas graves ou crônicas. O melasma costuma afetar principalmente a face, mas também pode acometer os braços, pescoço e colo, sendo denominado nesses casos como melasma extra facial.

 

O melasma tem origem multifatorial, envolvendo mecanismos genéticos, hormonais, exposição solar e exposição a luz solar, luz visível e outros tipos de luzes ou lasers.

 

O melasma afeta tanto homens quanto mulheres e é muito comum ocorrer após a gestação. O melasma costuma afetar muito a autoestima das pessoas que sofrem com essa condição, com influência psicológica muitas vezes significativa.

 

Sintomas

 

Na pessoa com melasma surgem manchas escuras, principalmente nas bochechas, na testa, no lábio superior (região do buço). Quando o melasma é extra facial as manchas podem acometer os braços e a região do colo ou pescoço. Normalmente as manchas de melasma costumam ser simétricas e de limites irregulares. Tratamentos intempestivos podem piorar ou até serem os responsávei pelo surgimento do melasma.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico do melasma é clínico e deve ser feito por um dermatologista, que é o médico especialista nas doenças da pele.

 

Tratamento

 

O tratamento do melasma envolve extensa orientação ao paciente, pois a disciplina e o estabelecimento de hábitos de fotoeducação são fundamentais para obter-se bons resultados.
O paciente com melasma deve entender que o melasma não tem cura, que o tratamento é longo e individualizado.

 

Eles devem ser orientados de que caso resolvam abandonar o tratamento e se expor ao sol e a luz visível novamente, as manchas de melasma provavelmente retornarão. Por esse motivo, mesmo após o clareamento das manchas, o portador de melasma deve fazer tratamentos de manutenção assim como manter os hábitos de proteção à luz.

 

O protetor solar para melasma deve ter alto fator de proteção UVB (FPS) e UVA (PPD); deve ter pigmento cor de base adequado para a cor do paciente com melasma, com boa cobertura de forma que camufle toda a lesão, sendo capaz de proteger assim da luz visível. O protetor solar também não deve ser comedogênico, isto é, não deve provocar lesões de acne.

 

Associado a fotoproteção e fotoeducação, a critério médico, pode ser prescrito para uso oral o polypodium leucotomus e pycnogenol, que têm poder antioxidante e auxiliam na fotoproteção.
O dermatologista deve prescrever clareadores, hidratantes, antioxidantes tópicos e gel ou espuma de limpeza que preservem o pH da pele.

 

O padrão ouro para tratamento do melasma é a fórmula tríplice, composta por hidroquinona, ácido retinóico e corticóide. Porém, essa fórmula não deve ser usada por longos períodos e seu uso deve estar sempre sob supervisão de um dermatologista. O uso indiscriminado da hidroquinona pode levar a efeitos indesejados. Dentre eles está a possibilidade de surgirem manchas brancas em meio às manchas escuras, alteração chamada de hipocromia salpicada. Pode ocorrer também um escurecimento intenso da área tratada, chamado de ocronose, além da possibilidade de dermatite de contato com irritação local.

 

Uma alternativa recente a fórmula tríplice é a cisteamina, que deve ter período curto de contato com a pele e tem menos possibilidade de efeitos colaterais, comparada à hidroquinona. O paciente com melasma aplica a cisteamina à noite e deixa agir por alguns minutos, depois enxagua e aplica um tópico que contenha outros clareadores, como arbutin, ácido kójico, ácido fítico e ácido dióico, dentre outros.

 

Casos refratários de melasma podem se beneficiar do uso oral de ácido tranexâmico. Antes da prescrição dessa medicação uma boa anamnese deve ser realizada pois o ácido tranexâmico oral não deve ser utilizado por pessoas com história familiar de trombose ou de fenômenos tromboembólicos (trombose venosa profunda, acidente vascular cerebral por causa tromboembólica, tromboembolismo pulmonar, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo ou outras condições que predisponham a trombose).

 

Associado ao tratamento prescrito, o dermatologista pode indicar procedimentos em consultório que ajudam muito nos resultados, dentre eles os peelings químicos superficiais, sessões sequenciais de laser ND-Yag q-switch (laser de pulso rápido e baixa energia) e microagulhamento com infusão de ativos clareadores.

 

O tratamento deve ser sempre individualizado e guiado por um dermatologista.